“Grupo
de Oração é uma comunidade carismática presente numa diocese, paróquia,
capela, colégio, universidade, presídio, empresa, fazenda, condomínio,
residência etc., que cultiva a oração, a partilha e todos os outros
aspectos da vivência do Evangelho, a partir da experiência do batismo no
Espírito Santo (...) e se insere no conjunto da pastoral diocesana ou
paroquial, em espírito de comunhão, participação, obediência e serviço.”
A Renovação Carismática é uma “corrente de graça que permite às
pessoas e grupos expressarem a si mesmas, a partir dela, em diferentes
modos e formas de organização”. A RCC é organizada e reconhecida pela Sé
Apostólica como um Movimento Eclesial. Sabemos, no entanto, que a
Igreja se concretiza na Igreja Particular, a Igreja Diocesana, o que
permite à RCC como Movimento Eclesial se organizar e viver a sua
“diocesaneidade” através de uma inserção na “pastoral de conjunto
diocesana”. Mas isto não significa que, por ser diocesano, o Movimento
passe a ser manipulado e orientado para outros objetivos que não os que
caracterizam seu carisma.
Esta comunhão com a Igreja local se dá através de uma coordenação
diocesana que, além de representar e responder diante do Bispo pelo
Movimento, também encaminha as propostas da pastoral de conjunto
diocesana pertinentes ao Movimento.
Se por um lado a coordenação
diocesana da RCC reflete esta “diocesaneidade” através deste espírito de
comunhão, participação, obediência e serviço à Igreja local, os Grupos
de Oração, por outro lado, como “célula fundamental” da RCC, necessitam
de uma profunda comunhão com a estrutura diocesana do Movimento.
Com frequência ouvimos falar da existência de alguns grupos
“rebeldes”, “independentes”, “piratas”, que não se dispõem a viver a
unidade diocesana e assumem posturas arbitrárias, fomentando assim a
divisão, as disputas, fragmentando o Corpo de Cristo. Há casos graves de
lideranças que, não acolhendo as direções diocesanas, rompem
relacionamentos e privam os membros de seus Grupos de participarem dos
momentos diocesanos como Cenáculos, Congressos, Formações, Seminários.
Por outro lado, sabemos que uma coordenação diocesana deve ser sempre
um sinal de unidade, mantendo-se aberta aos Grupos de Oração,
favorecendo o crescimento espiritual dos diversos grupos, ampliando os
espaços de comunhão e partilha, permitindo e fomentando um diálogo
fraterno na caridade.
1. ESPAÇOS DE UNIDADE
Os momentos de oração, reuniões e assembléias diocesanas, onde
participam os coordenadores de Grupo de Oração como representantes
legítimos de uma parcela do povo de Deus, junto às coordenações
diocesanas, não podem ser vistos como compromissos burocráticos e
estruturais, mas como instrumentos de unidade.
• Estes são momentos privilegiados de manifestações carismáticas,
de escuta, de partilha, de encaminhamento das moções e palavras
proféticas dada ao Movimento.
• São espaços de comunhão e renovação espiritual para os que
participam. Estes espaços diocesanos são próprios para manter a unidade
com as moções estaduais e nacionais da RCC, trazidas pelo coordenador
diocesano que, naturalmente, é membro do Conselho Estadual.
O Grupo de Oração que possui um coordenador comprometido com a
unidade diocesana será sempre de uma fonte segura e jamais virá a ter
sede. Este Grupo será um solo fértil e tudo que semear poderá colher em
abundância. Ao contrário, o coordenador que se afasta desta unidade,
privará os membros de seu Grupo desta unidade do corpo e, mais que isso,
amputar-se-á e não tardará a estancar este canal da graça de Deus.
Dentre as várias competências do coordenador, podemos dizer que a promoção da unidade é a mais imediata. A unidade:
• É o primeiro atributo da Igreja – Una, Santa, Católica, Apostólica;
• Dá credibilidade à evangelização (“para que o mundo reconheça” Jo 17, 23);
• Amplia o potencial evangelizador (Corpo evangelizador);
• Conquista novos participantes (“Cada vez mais aumentava a
multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor” At 5, 14);
• Permite ter com quem celebrar as conquistas na evangelização;
Por estes motivos, faz-se necessário um discernimento maior na escolha de um coordenador:
• O núcleo de serviço que elege legitimamente uma liderança deverá
observar também o critério de empenho pela comunhão, na pessoa
indicada;
• Os participantes do Grupo podem e devem “cobrar” esta fidelidade
diocesana ao seu coordenador, colaborando no que for preciso para que o
Grupo não fique à margem do crescimento diocesano. “Prefiro ir mancando
pelo caminho a correr fora dele” (Santa Teresa).
2. UNIDADE QUE GERA FRUTOS
“O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira” (Jo 15, 4b).
Santo
Agostinho diz que “é uma injustiça exigir obediência aos súditos quando
não se obedece aos superiores”. Em todas as instâncias de coordenação
na RCC, deveríamos trazer isto sempre no coração.
A obediência é uma graça geradora de frutos. É a forma de “ligação”
dos ramos à videira. Falamos desta obediência geradora de unidade. Não
se trata de subserviência, que escraviza e sufoca, mas de uma atitude de
obediência às formas e estruturas inspiradas pelo Espírito e
reconhecidas pela Igreja.
O desejo e empenho por uma Unidade perfeita através deste
relacionamento fraterno têm produzido abundantes frutos em muitas
dioceses. Rezemos para que nossos corações sejam renovados pelo Espírito
Santo e que, através de um testemunho de comunhão eclesial, possamos
cumprir com nosso chamado ao ministério de coordenação.
CONCLUSÃO
“Bem sabemos: a unidade que buscamos é antes de tudo dom de Deus.
Somos conscientes, contudo, de que a urgência da hora de sua plena
realização depende também de nós, de nossa oração, de nossa conversão a
Cristo.” (Homilia de João Paulo II na solenidade dos Santos Apóstolos
Pedro e Paulo 30 de junho de 2004).
O coordenador revestido com o dom da unidade torna-se canal da graça de Deus para manter ou semear a:
1. Unidade na estrutura funcional de seu grupo (planejamento);
2. Unidade na missão (direcionamentos, visão profética, moções);
3. Unidade no pastoreio;
4. Unidade nas celebrações (quem celebra sozinho é porque não possui comunidade);
5. Unidade nas dificuldades (“nem havia entre eles nenhum necessitado” At 4, 34 a).
O carisma de coordenação será sempre necessário para “dar frutos que
permaneçam” (Cf. Jo 15, 16). Sem ele, estaríamos fadados ao cansaço e ao
desânimo, caindo em ativismo, tentando responder aos anseios e
necessidades da comunidade, mas sem sucesso.
Além de ser base do ministério de coordenação, o carisma de coordenar
vem revestido do dom da unidade, que posto em prática, abre caminho
para uma evangelização segundo o coração de Jesus, ampliando o potencial
do corpo evangelizador, a Igreja.
Todas as Segundas Feiras - Grupo de Oração (Centro Paróquial) , Quartas e Quintas Feiras : louvor - Igreja Matriz (Quarta) e G.O / Louvor - Capela de São Jose(Quinta), Transmissão ao vivo a partir das 19:00 horas. Radio Online Cristo em Nós agora online 24 horas.
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