Todas as Segundas Feiras - Grupo de Oração (Centro Paróquial) , Quartas e Quintas Feiras : louvor - Igreja Matriz (Quarta) e G.O / Louvor - Capela de São Jose(Quinta), Transmissão ao vivo a partir das 19:00 horas. Radio Online Cristo em Nós agora online 24 horas.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Não caia no desânimo

Ser fortes de ânimo ajuda
a suportar as dificuldades e superar nossos limites. Para os cristãos,
Cristo é o exemplo para viver uma virtude que abre a porta a muitas
outras.
“Através das dificuldades, às estrelas”. Esta conhecida frase de Sêneca expressa de modo gráfico a experiência humana de que, para conseguir o melhor, há que se esforçar, de que “o que vale, custa”, de que é preciso lutar para vencer os obstáculos e arestas que nunca deixam de se apresentar ao longo da vida, para poder alcançar os bens mais altos.
Muitas peças literárias de diversas culturas exaltam a figura do herói, que encarna de algum modo aquelas palavras da sabedoria latina, que qualquer pessoa desejaria também para si: nil difficile volenti, nada é difícil para aquele que quer.
Assim pois, no nível humano, a fortaleza é valorizada e admirada. Essa virtude, que anda de mãos dadas com a capacidade de sacrificar-se, tinha entre os antigos um perfil bem definido. O pensamento grego considerava a “andreia” como uma das virtudes cardeais, que modera os sentimentos de combate próprios do apetite irascível, e assim dá vigor ao homem para buscar o bem, mesmo que seja difícil e árduo, sem que o medo o detenha.
Pertence também à experiência humana a constatação da debilidade de nossa condição, que constitui, em certo sentido, a outra face da moeda da virtude da fortaleza. Muitas vezes temos de reconhecer que não fomos capazes de realizar tarefas que teoricamente estavam ao nosso alcance.
Dentro de nós encontramos a tendência a nos acomodar, a sermos condescendentes conosco, a renunciar ao que é trabalhoso pelo esforço que comporta. Em outras palavras, a natureza humana, criada por Deus para o cume porém ferida pelo pecado, é capaz de grandes sacrifícios ao mesmo tempo que de grandes transigências.
“Através das dificuldades, às estrelas”. Esta conhecida frase de Sêneca expressa de modo gráfico a experiência humana de que, para conseguir o melhor, há que se esforçar, de que “o que vale, custa”, de que é preciso lutar para vencer os obstáculos e arestas que nunca deixam de se apresentar ao longo da vida, para poder alcançar os bens mais altos.
Muitas peças literárias de diversas culturas exaltam a figura do herói, que encarna de algum modo aquelas palavras da sabedoria latina, que qualquer pessoa desejaria também para si: nil difficile volenti, nada é difícil para aquele que quer.
Assim pois, no nível humano, a fortaleza é valorizada e admirada. Essa virtude, que anda de mãos dadas com a capacidade de sacrificar-se, tinha entre os antigos um perfil bem definido. O pensamento grego considerava a “andreia” como uma das virtudes cardeais, que modera os sentimentos de combate próprios do apetite irascível, e assim dá vigor ao homem para buscar o bem, mesmo que seja difícil e árduo, sem que o medo o detenha.
Pertence também à experiência humana a constatação da debilidade de nossa condição, que constitui, em certo sentido, a outra face da moeda da virtude da fortaleza. Muitas vezes temos de reconhecer que não fomos capazes de realizar tarefas que teoricamente estavam ao nosso alcance.
Dentro de nós encontramos a tendência a nos acomodar, a sermos condescendentes conosco, a renunciar ao que é trabalhoso pelo esforço que comporta. Em outras palavras, a natureza humana, criada por Deus para o cume porém ferida pelo pecado, é capaz de grandes sacrifícios ao mesmo tempo que de grandes transigências.
A
Revelação cristã oferece uma resposta cheia de sentido a essa condição
paradoxal da qual trata nossa existência. De um lado, assume os valores
próprios da virtude humana da fortaleza, que é louvada em numerosas
ocasiões na Bíblia. Já na literatura sapiencial se fazia eco dela, ao
dar a entender, sob a forma de uma pergunta retórica no livro de Jó, que
a vida do homem sobre a terra é uma luta (Jó 7, 1).
Com frase em certo sentido misteriosa, Jesus disse, falando do Reino de Deus, que o alcançam os que se fazem violência: violenti rapiunt (Mt 11,12). Esta ideia ficou plasmada na iconografia medieval, como acontece por exemplo na capela de todos os santos de Regensburg, onde a imagem que representa a fortaleza luta contra um leão.
Ao mesmo tempo, são numerosos os textos da Escritura que sublinham como as diversas manifestações de um comportamento forte (paciência, perseverança, magnanimidade, audácia, firmeza, franqueza, e inclusive a disposição de dar a vida) provém e só podem ser mantidas se estão ancoradas em Deus: “quia tu es fortitudo mea”, por que Tu és minha fortaleza(cf Sl 71, 3). Em outras palavras, a experiência cristã ensina que “toda a nossa fortaleza é emprestada”(São Josemaria, Caminho, n. 728.).
São Paulo expressa de modo certeiro este paradoxo, no qual se entrelaçam os aspectos humanos e sobrenaturais da virtude: “quando estou fraco, então é que sou forte”, já que, como assegurou o Senhor: “sufficit tibi gratia mea, nam virtus in infirmitate perficitur, basta-te minha graça, por que é na fraqueza que se revela a minha força” (2 Cor 12, 9-10).
O modelo e fonte da fortaleza para o cristão é portanto o próprio Cristo, que não só oferece com suas ações um exemplo constante que chega ao extremo de dar a própria vida por amor aos homens (Jo 13, 15 e 15, 13.), mas que além disso afirma: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 5, 5).
Assim, a fortaleza cristã torna possível o seguimento de Cristo, um dia após o outro, sem que o temor, o prolongamento do esforço, os sofrimentos físicos ou morais, os perigos, obscureçam no cristão a percepção de que a verdadeira felicidade está em seguir a vontade de Deus, ou o afastem dela. A advertência de Jesus Cristo é clara: “Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus” (Jo 16, 2).
Desde o começo os cristãos consideraram uma honra sofrer o martírio, pois reconheciam que os levavam a uma plena identificação com Cristo. A Igreja manteve ao longo da história uma tradição de particular veneração pelos mártires, que por especial disposição da Providência derramaram seu sangue para proclamar sua adesão a Jesus, oferecendo assim o maior exemplo não só de fortaleza, mas também de testemunho cristão (Catecismo da Igreja Católica, n. 2473).
Mesmo que não tenham faltado em cada época histórica, incluída a nossa, essas testemunhas do Evangelho, o fato é que, na vida corrente na qual a maior parte dos cristãos se encontra, dificilmente chegaremos a essas condições.
Não obstante, como recordava Bento XVI, há também um “martírio da vida cotidiana”, de cujo testemunho o mundo de hoje está especialmente necessitado: “o testemunho silencioso e heroico de tantos cristãos que vivem o Evangelho sem compromissos, cumprindo seu dever e dedicando-se generosamente ao serviço aos pobres”.
Neste sentido, o olhar se dirige à Santa Maria, pois Ela esteve ao pé da Cruz de seu Filho, dando exemplo de extraordinária fortaleza sem padecer a morte física, de modo que pode dizer-se que foi mártir sem morrer, segundo o teor de uma antiga oração litúrgica. “Admira a firmeza de Santa Maria: ao pé da cruz, com a maior dor humana – não há dor como a sua dor -, cheia de fortaleza.- E pede-lhe dessa firmeza, para que saibas também estar junto da Cruz. (São Josemaria, Caminho, n. 508).
Com frase em certo sentido misteriosa, Jesus disse, falando do Reino de Deus, que o alcançam os que se fazem violência: violenti rapiunt (Mt 11,12). Esta ideia ficou plasmada na iconografia medieval, como acontece por exemplo na capela de todos os santos de Regensburg, onde a imagem que representa a fortaleza luta contra um leão.
Ao mesmo tempo, são numerosos os textos da Escritura que sublinham como as diversas manifestações de um comportamento forte (paciência, perseverança, magnanimidade, audácia, firmeza, franqueza, e inclusive a disposição de dar a vida) provém e só podem ser mantidas se estão ancoradas em Deus: “quia tu es fortitudo mea”, por que Tu és minha fortaleza(cf Sl 71, 3). Em outras palavras, a experiência cristã ensina que “toda a nossa fortaleza é emprestada”(São Josemaria, Caminho, n. 728.).
São Paulo expressa de modo certeiro este paradoxo, no qual se entrelaçam os aspectos humanos e sobrenaturais da virtude: “quando estou fraco, então é que sou forte”, já que, como assegurou o Senhor: “sufficit tibi gratia mea, nam virtus in infirmitate perficitur, basta-te minha graça, por que é na fraqueza que se revela a minha força” (2 Cor 12, 9-10).
O modelo e fonte da fortaleza para o cristão é portanto o próprio Cristo, que não só oferece com suas ações um exemplo constante que chega ao extremo de dar a própria vida por amor aos homens (Jo 13, 15 e 15, 13.), mas que além disso afirma: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 5, 5).
Assim, a fortaleza cristã torna possível o seguimento de Cristo, um dia após o outro, sem que o temor, o prolongamento do esforço, os sofrimentos físicos ou morais, os perigos, obscureçam no cristão a percepção de que a verdadeira felicidade está em seguir a vontade de Deus, ou o afastem dela. A advertência de Jesus Cristo é clara: “Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus” (Jo 16, 2).
Desde o começo os cristãos consideraram uma honra sofrer o martírio, pois reconheciam que os levavam a uma plena identificação com Cristo. A Igreja manteve ao longo da história uma tradição de particular veneração pelos mártires, que por especial disposição da Providência derramaram seu sangue para proclamar sua adesão a Jesus, oferecendo assim o maior exemplo não só de fortaleza, mas também de testemunho cristão (Catecismo da Igreja Católica, n. 2473).
Mesmo que não tenham faltado em cada época histórica, incluída a nossa, essas testemunhas do Evangelho, o fato é que, na vida corrente na qual a maior parte dos cristãos se encontra, dificilmente chegaremos a essas condições.
Não obstante, como recordava Bento XVI, há também um “martírio da vida cotidiana”, de cujo testemunho o mundo de hoje está especialmente necessitado: “o testemunho silencioso e heroico de tantos cristãos que vivem o Evangelho sem compromissos, cumprindo seu dever e dedicando-se generosamente ao serviço aos pobres”.
Neste sentido, o olhar se dirige à Santa Maria, pois Ela esteve ao pé da Cruz de seu Filho, dando exemplo de extraordinária fortaleza sem padecer a morte física, de modo que pode dizer-se que foi mártir sem morrer, segundo o teor de uma antiga oração litúrgica. “Admira a firmeza de Santa Maria: ao pé da cruz, com a maior dor humana – não há dor como a sua dor -, cheia de fortaleza.- E pede-lhe dessa firmeza, para que saibas também estar junto da Cruz. (São Josemaria, Caminho, n. 508).
As três fontes para a cura interior
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Papa canoniza mais sete beatos neste domingo

A nova evangelização partirá dos santos do nosso tempo
Eles se reuniram para a oração da manhã onde o próprio Papa Bento XVI conduziu o momento. Mais de 400 representantes entre padres sinodais, cardeais, bispos, religiosos e leigos participam do Sínodo.
Acesse
.: Todas as notícias sobre o Sínodo
Por falar em esperança, a Igreja traz neste domingo, 21, um sinal de que há no mundo pessoas com a coragem de assumir o Evangelho de Cristo como forma de vida. Sete beatos serão canonizados pelo Papa Bento XVI em cerimônia na Praça de São Pedro. É a esperança sendo anunciada a um mundo que vive a crise de uma identidade própria, da ausência de Deus e de valores cristãos.
Entre os futuros santos estão sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e leigas. Homens e mulheres que viveram na Europa, Ásia, África, América e Oceania. Será uma cerimônia marcante dentro do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e expressa que a santidade é ponto de partida para a nova forma de evangelizar que busca a Igreja, como lembra Dom Dominique Rey, o Bispo de Frejus, em Toulon, na França.
"É um evento importante que acontece em meio ao Sínodo. A nova evangelização passa pela santificação e nós precisamos de exemplos que testemunhem, de vidas conquistadas pelo Cristo, para que compreendamos melhor que a evangelização começa através de um trabalho do próprio Deus e do Espírito Santo nos nossos corações”, ressaltou Dom Dominique.
Na praça de São Pedro já foram afixadas as estampas com as imagens dos futuros santos. São eles: o francês Jacques Berthieu, sacerdote da companhia de Jesus; Pedro Calungsod, catequista leigo, nascido em Ginatilan, nas Filipinas; Giovanni Battista Piamarta, sacerdote da Diocese de Brescia; Maria do Monte Carmelo, fundadora da Congregação das Irmãs Missionárias do Ensinamento, nascida em Vic, Espanha; Marianne Cope, religiosa da Congregação das Irmãs da Terceira Ordem de São Francisco, natural de Heppenheim, Alemanha; Caterina Tekakwitha, leiga Ossernenon, nos Estados Unidos e Anna Schäffer, leiga de Mindelstetter, Alemanha.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
A vitória da cruz na nossa vida

“Erguei a minha cruz sobre os vossos sonhos, a minha cruz que representou a derrota dos sonhos daqueles que pensaram que Eu iria restaurar imediatamente o reino de Israel, que ao me verem morrer na cruz viram morrer também o seu sonho de libertação das mãos do opressor. Estes não entenderam que Eu os libertei sim do verdadeiro opressor. Quando erguerdes a minha cruz sobre os vossos sonhos, o meu sangue lavará e restaurará corações desapontados e descrentes por terem visto tantos de seus sonhos ruírem. Eu lavarei as feridas da mágoa, desapontamento e tristeza profunda no meu sangue redentor. Eu resgatarei a verdade e cancelarei toda a ilusão e mentira a respeito da felicidade. Eu realizarei cura profunda em vosso interior para que volteis a crer e a sonhar. Eu lavarei no meu sangue a vossa visão para que possais ver os bens futuros que lhes preparei. Lavarei também no meu sangue todos os envolvidos, todas as pessoas e circunstâncias das quais dependeis para realizardes vossos sonhos. Eu vos libertarei das amarras da descrença, do fracasso, das palavras de maldição, do fatalismo e vos deixarei livres para sonhar, sem traumas, sem medos, sem nada que os prenda”.
Por Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional
Grupo de Oração Magnificat
No dia 17 de outubro de 2007, durante uma vigília, de madrugada, recebemos a profecia que nós chamamos “a profecia da cruz” (confira no box) e, desde então, temos rezado com ela permitindo que Deus nos cure de muitos males. Essa profecia fala de olharmos para nossa vida com olhos diferentes, para não termos só a visão do mundo, mas sim a visão cristã, na perspectiva da cruz. Ela fala de erguermos a cruz sobre nossos sonhos e desejar que o próprio Deus coloque os seus sonhos no nosso coração, pois eles são infinitamente maiores e mais bonitos do que todos os sonhos que nós poderíamos sonhar. É isso que nos ensina a história da salvação. O povo de Israel sonhava com alguém que os libertasse das mãos dos romanos, mas Deus sonhava com uma libertação maior, sonhava em resgatar todas as pessoas de todas as épocas das mãos do maligno e nos levar de volta à comunhão com Ele.
A cruz é para nós um símbolo do sacrifício único de Cristo como mediador entre Deus e os homens. Na cruz, temos a remissão dos nossos pecados e somos novamente admitidos na presença de Deus como filhos seus, filhos no Filho. A salvação universal foi consumada na cruz, porém, precisamos nos apossar dela tornando-a salvação pessoal para que a vitória sobre o mal aconteça na nossa própria vida. O próprio Jesus convidou seus discípulos a tomarem sua cruz e segui-Lo a fim de se associarem ao seu sacrifício redentor. Como podemos transformar a salvação universal em salvação pessoal, como podemos nos associar ao sacrifício de Cristo?
Olhando para a paixão de Jesus, podemos entender que o sofrimento na nossa vida, as podas, as perdas, as dores emocionais, as dores físicas, a dor na alma representam o nosso suor de sangue. Se nós pudermos dizer do fundo do coração como Jesus no Jardim das Oliveiras: “Pai, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22, 42b), então, estaremos unindo o nosso suor de sangue ao de Jesus e isso terá uma grande força redentora em nossa vida. Jesus, mesmo no meio da dor, nunca perdeu a perspectiva do Pai. Seu único desejo era glorificar o nome do Pai e fazer Sua vontade, porque Ele, acima de tudo, confiava no amor do Pai.
Dias atrás encontrei um casal de amigos cujo filho, ainda adolescente, resolveu acabar com a própria vida. A mãe, entre lágrimas, me disse: “Eu sei que não era vontade de Deus que a vida do meu filho acabasse assim, mas sei também que o Pai o ama muito mais do que nós o amamos e, naquela hora, Ele não o abandonou, Ele estava lá com o meu filho. Sei que o Pai nunca nos abandona, nem quando pecamos, porque Ele nos ama. Aconteça o que acontecer, Ele está junto de nós. Sei também que o sangue que Jesus derramou na cruz pelo nosso filho há de clamar por ele, pela sua salvação. Isso nos dá forças para continuar. Agora não é hora de negar a nossa fé, mas de afirmá-la. Nós continuamos a confiar em Deus e somos muito agradecidos a Jesus pelo o que Ele fez por nós e por nosso filho na cruz. Isso nos ajuda a retomar a vida apesar da dor”.
Essa mãe entendeu que é preciso fazer e manter o sacrifício do louvor, a reafirmação da fé, até o ponto de conseguir compreender que nada se perde ou fica sem sentido se vivido com Deus. A cruz na nossa vida não deve nos afastar de Deus, mas deve ser motivo de nos aproximar Dele, para poder se tornar salvação.
Aceitar a cruz, de forma que ela se torne redentora, é viver sempre totalmente na presença de Deus, sem fugir da própria vida para viver de ilusão. Jesus, antes de ser pregado na cruz, teve a oportunidade de tomar vinho misturado com fel, uma bebida inebriante que costumavam oferecer aos supliciados para atenuar os sofrimentos. Ele recusa esse entorpecente porque quer assumir plenamente sua missão, quer estar lúcido e consciente até o fim, não quer fugir daquela situação e nem daquele lugar.
Nós também não devemos nos iludir. Não é fugindo das dificuldades da nossa vida que as coisas se resolvem. É a bênção de Deus que coloca tudo em ordem e no lugar. Em todos os momentos de nossa vida, diante do trabalho, da família, da missão, devemos dizer: “Eis-me aqui, Senhor!”. Assim fazendo, somos colocados na presença de Deus, na presença da luz, da graça, do amor, do poder de Deus. Jesus, ao recusar a bebida entorpecente, nos ensina a estarmos inteiramente no lugar onde estamos e fazer aquilo que somos chamados a fazer. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que nos envolvem, se elas forem vividas na presença de Deus, o nosso fardo se torna mais leve e fazemos o que é certo para a nossa própria salvação e para a salvação dos outros ao nosso redor.
Aderir ao sacrifício da cruz para receber a salvação é estarmos dispostos a perdoar como Jesus perdoou. Ele disse: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Quantas vezes negamos a cruz ao negarmos os ensinamentos de Jesus! Não abençoamos, não perdoamos, falamos mal uns dos outros pelas costas, julgamos, condenamos ao invés de colocarmos “nossa causa nas mãos daquele que julga com justiça” (cf I Pe 2, 23).
Certa ocasião, aprendi algo que muitas vezes falho por não fazer, mas que, quando faço, ocasiona muitas bênçãos na minha vida e na de todas as pessoas envolvidas: silenciar em oração. Quer dizer, quando fico tentada a falar mal de alguém e a criticar, começo a orar por essa pessoa. Rezo o Veni Creator por ela, pedindo que o Espírito Santo a ilumine, preencha o seu coração com o fogo do seu amor e a console em todas as suas aflições. A seguir, rezo por mim mesma, com a Palavra, pois creio que a Palavra de Deus é poderosa para arrasar as fortificações do orgulho e do pecado em mim, rezo assim: “Sei que a esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5). Peço que aquilo que a Palavra diz aconteça em mim, que o amor de Deus tome conta do meu coração e me ajude a perdoar e não julgar. Testemunho que é impressionante a ação de Deus na nossa vida quando colocamos as situações que poderiam se transformar em pecado diante do amor de Deus, clamando pelo Espírito Santo. Acontece o que a Palavra diz, o amor de Deus é derramado no nosso coração e conseguimos nos acalmar, conseguimos perdoar, conseguimos enxergar as coisas sob outra perspectiva, pois a luz do Espírito Santo é derramada sobre o nosso entendimento. Silenciar em oração é fazer como Jesus na cruz, pois Ele poderia ter denunciado tantas coisas, mas calou e perdoou e isso falou muito mais alto. Não nos iludamos, o que nos torna tristes e deprimidos, magoados e ressentidos não é o que os outros nos fazem, mas como nós reagimos diante dos acontecimentos.
Deixemos o sonho de Deus vencer na nossa vida, assumindo a cada dia a nossa vida com fé e vivendo no amor e no perdão como Jesus nos ensinou. Essa é a vitória da cruz, a vitória do bem sobre o mal.
Por Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional
Grupo de Oração Magnificat
No dia 17 de outubro de 2007, durante uma vigília, de madrugada, recebemos a profecia que nós chamamos “a profecia da cruz” (confira no box) e, desde então, temos rezado com ela permitindo que Deus nos cure de muitos males. Essa profecia fala de olharmos para nossa vida com olhos diferentes, para não termos só a visão do mundo, mas sim a visão cristã, na perspectiva da cruz. Ela fala de erguermos a cruz sobre nossos sonhos e desejar que o próprio Deus coloque os seus sonhos no nosso coração, pois eles são infinitamente maiores e mais bonitos do que todos os sonhos que nós poderíamos sonhar. É isso que nos ensina a história da salvação. O povo de Israel sonhava com alguém que os libertasse das mãos dos romanos, mas Deus sonhava com uma libertação maior, sonhava em resgatar todas as pessoas de todas as épocas das mãos do maligno e nos levar de volta à comunhão com Ele.
A cruz é para nós um símbolo do sacrifício único de Cristo como mediador entre Deus e os homens. Na cruz, temos a remissão dos nossos pecados e somos novamente admitidos na presença de Deus como filhos seus, filhos no Filho. A salvação universal foi consumada na cruz, porém, precisamos nos apossar dela tornando-a salvação pessoal para que a vitória sobre o mal aconteça na nossa própria vida. O próprio Jesus convidou seus discípulos a tomarem sua cruz e segui-Lo a fim de se associarem ao seu sacrifício redentor. Como podemos transformar a salvação universal em salvação pessoal, como podemos nos associar ao sacrifício de Cristo?
Olhando para a paixão de Jesus, podemos entender que o sofrimento na nossa vida, as podas, as perdas, as dores emocionais, as dores físicas, a dor na alma representam o nosso suor de sangue. Se nós pudermos dizer do fundo do coração como Jesus no Jardim das Oliveiras: “Pai, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22, 42b), então, estaremos unindo o nosso suor de sangue ao de Jesus e isso terá uma grande força redentora em nossa vida. Jesus, mesmo no meio da dor, nunca perdeu a perspectiva do Pai. Seu único desejo era glorificar o nome do Pai e fazer Sua vontade, porque Ele, acima de tudo, confiava no amor do Pai.
Dias atrás encontrei um casal de amigos cujo filho, ainda adolescente, resolveu acabar com a própria vida. A mãe, entre lágrimas, me disse: “Eu sei que não era vontade de Deus que a vida do meu filho acabasse assim, mas sei também que o Pai o ama muito mais do que nós o amamos e, naquela hora, Ele não o abandonou, Ele estava lá com o meu filho. Sei que o Pai nunca nos abandona, nem quando pecamos, porque Ele nos ama. Aconteça o que acontecer, Ele está junto de nós. Sei também que o sangue que Jesus derramou na cruz pelo nosso filho há de clamar por ele, pela sua salvação. Isso nos dá forças para continuar. Agora não é hora de negar a nossa fé, mas de afirmá-la. Nós continuamos a confiar em Deus e somos muito agradecidos a Jesus pelo o que Ele fez por nós e por nosso filho na cruz. Isso nos ajuda a retomar a vida apesar da dor”.
Essa mãe entendeu que é preciso fazer e manter o sacrifício do louvor, a reafirmação da fé, até o ponto de conseguir compreender que nada se perde ou fica sem sentido se vivido com Deus. A cruz na nossa vida não deve nos afastar de Deus, mas deve ser motivo de nos aproximar Dele, para poder se tornar salvação.
Aceitar a cruz, de forma que ela se torne redentora, é viver sempre totalmente na presença de Deus, sem fugir da própria vida para viver de ilusão. Jesus, antes de ser pregado na cruz, teve a oportunidade de tomar vinho misturado com fel, uma bebida inebriante que costumavam oferecer aos supliciados para atenuar os sofrimentos. Ele recusa esse entorpecente porque quer assumir plenamente sua missão, quer estar lúcido e consciente até o fim, não quer fugir daquela situação e nem daquele lugar.
Nós também não devemos nos iludir. Não é fugindo das dificuldades da nossa vida que as coisas se resolvem. É a bênção de Deus que coloca tudo em ordem e no lugar. Em todos os momentos de nossa vida, diante do trabalho, da família, da missão, devemos dizer: “Eis-me aqui, Senhor!”. Assim fazendo, somos colocados na presença de Deus, na presença da luz, da graça, do amor, do poder de Deus. Jesus, ao recusar a bebida entorpecente, nos ensina a estarmos inteiramente no lugar onde estamos e fazer aquilo que somos chamados a fazer. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que nos envolvem, se elas forem vividas na presença de Deus, o nosso fardo se torna mais leve e fazemos o que é certo para a nossa própria salvação e para a salvação dos outros ao nosso redor.
Aderir ao sacrifício da cruz para receber a salvação é estarmos dispostos a perdoar como Jesus perdoou. Ele disse: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Quantas vezes negamos a cruz ao negarmos os ensinamentos de Jesus! Não abençoamos, não perdoamos, falamos mal uns dos outros pelas costas, julgamos, condenamos ao invés de colocarmos “nossa causa nas mãos daquele que julga com justiça” (cf I Pe 2, 23).
Certa ocasião, aprendi algo que muitas vezes falho por não fazer, mas que, quando faço, ocasiona muitas bênçãos na minha vida e na de todas as pessoas envolvidas: silenciar em oração. Quer dizer, quando fico tentada a falar mal de alguém e a criticar, começo a orar por essa pessoa. Rezo o Veni Creator por ela, pedindo que o Espírito Santo a ilumine, preencha o seu coração com o fogo do seu amor e a console em todas as suas aflições. A seguir, rezo por mim mesma, com a Palavra, pois creio que a Palavra de Deus é poderosa para arrasar as fortificações do orgulho e do pecado em mim, rezo assim: “Sei que a esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5). Peço que aquilo que a Palavra diz aconteça em mim, que o amor de Deus tome conta do meu coração e me ajude a perdoar e não julgar. Testemunho que é impressionante a ação de Deus na nossa vida quando colocamos as situações que poderiam se transformar em pecado diante do amor de Deus, clamando pelo Espírito Santo. Acontece o que a Palavra diz, o amor de Deus é derramado no nosso coração e conseguimos nos acalmar, conseguimos perdoar, conseguimos enxergar as coisas sob outra perspectiva, pois a luz do Espírito Santo é derramada sobre o nosso entendimento. Silenciar em oração é fazer como Jesus na cruz, pois Ele poderia ter denunciado tantas coisas, mas calou e perdoou e isso falou muito mais alto. Não nos iludamos, o que nos torna tristes e deprimidos, magoados e ressentidos não é o que os outros nos fazem, mas como nós reagimos diante dos acontecimentos.
Deixemos o sonho de Deus vencer na nossa vida, assumindo a cada dia a nossa vida com fé e vivendo no amor e no perdão como Jesus nos ensinou. Essa é a vitória da cruz, a vitória do bem sobre o mal.
catequese com o Papa
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de falar de um notável pensador do ocidente cristão: São João Escoto Eriúgena, cujas origens são obscuras. Veio certamente da Irlanda, onde nasceu nos inícios de 800, mas não sabemos quando deixou sua Ilha para atravessar a Manica e entrar assim a fazer parte plenamente daquele mundo cultural que estava renascendo ao redor dos Carolíngios, e especialmente em volta de Carlos o Calvo, na França do IX século. Como não se conhece a data certa de seu nascimento, assim ignoramos também o ano de sua morte que, segundo estudiosos, deveria em todo caso, ser por volta do ano 870.
João Escoto Eriúgena tinha uma cultura patrística, tanto grega como latina, de primeira mão: conhecia, de fato, diretamente os escritos dos padres latinos e gregos. Conhecia bem, além do mais, as obras de Agostinho, Ambrósio, Gregório magno, grandes padres do ocidente cristão, mas conhecia também o pensamento de Orígenes, Gregório Magno, grandes Padres do Oriente, não menores.
Era um homem excepcional, que dominava naquele tempo também a língua grega. Demonstrou uma atenção particularíssima por São Máximo o Confessor, e principalmente, por Dionísio o Areopagita. Sob este pseudônimo se esconde um escritor eclesiástico do V século, da Síria, mas toda a Idade Média e também João Escoto Eriúgena, era convicto que este autor fosse idêntico a um discípulo dirigido por São Paulo, do qual se fala nos Atos dos Apóstolos (17,34).
Escoto Eriúgena, convicto desta apostolicidade dos escritos de Dionísio, o qualificava “autor divino” por excelência; os escritos dele foram por isso uma fonte eminente de seu pensamento. João Escoto traduziu em latim suas obras. Os grandes teólogos medievais, como são Boaventura, conheceram as obras de Dionísio através desta tradução. Se dedicou por toda a vida a aprofundar e desenvolver seu pensamento, atingindo estes escritos, ao ponto que ainda hoje algumas vezes pode ser árduo distinguir onde é o pensamento de Escoto Eriúgena e onde ele só quis reproduzir o pensamento do Pseudo Dionísio.
Na verdade, o trabalho teológico de João Escoto não teve muita sorte. Não só no fim da era carolíngia fez esquecer suas obras; também uma censura da parte da Autoridade eclesiástica lançou uma sombra sobre sua figura. Na realidade, João Escoto representa um platonismo radical, que algumas vezes parece aproximar-se a uma visão panteística, apesar de suas intenções pessoais subjetivas terem sido sempre ortodoxas.
De João Escoto Eriúgena temos acesso a algumas obras, entre as quais merecem ser recordadas, especialmente, o tratado “Sobre divisão da natureza” e as “Exposições sobre a hierarquia celeste de são Dionísio”. Ele desenvolve estimulantes reflexões teológicas e espirituais, que poderiam sugerir interessantes aprofundamentos também aos teólogos contemporâneos. Me refiro, por exemplo, ao que ele escreve sobre onde exercitar um discernimento apropriado sobre o que vem apresentado como auctoritas vera, ou sobre o empenho de continuar a buscar a verdade até que não se consiga alcança-la na experiência da adoração silenciosa de Deus.
Nosso autor diz: "Salus nostra ex fide inchoat: nossa salvação começa com a fé". Não podemos falar de Deus partindo das nossas invenções, mas daquilo que Deus diz se si mesmo nas Sagradas Escrituras. Porque Deus diz só a verdade, Escoto Eriúgena é convicto que a autoridade e a razão não podem jamais estarem em contraste uma com outra; é convicto que a verdadeira religião e a verdadeira filosofia coincidem. Neste perspectiva escreve: "Qualquer tipo de autoridade que não seja confirmada de uma verdadeira razão deveria ser considerada frágil... Não é de fato, verdadeira autoridade senão aquela que coincide com a verdade descoberta na força da razão, mesmo se tivesse que tratar de uma autoridade recomendada e transmitida pela utilidade dos sucessores dos Santos Padres” (I, PL 122, col 513BC).
Consequentemente, ele adverte: “Nenhuma autoridade te intimide ou te distraia a ponto de fazer-te compreender a persuasão obtida graças a uma reta contemplação racional. De fato, a autêntica autoridade não contradiz jamais a reta razão, nem esta última pode jamais contradizer uma verdadeira autoridade. Uma e outra provem sem qualquer dúvida da mesma fonte, que é sabedoria divina” (I, PL 122, col 511B). Vemos aqui uma corajosa afirmação do valor da razão, fundamentada sobre a certeza que a autoridade verdadeira é racional, porque Deus é a razão criadora.
A própria Escritura não foge, segundo Eriúgena, da necessidade de aproximar-se utilizando o mesmo critério de discernimento. A Escritura de fato – sustenta o teólogo irlandês repropondo uma reflexão já presente em João Crisóstomo – apesar de provir de Deus, não seria necessária se o homem não tivesse pecado.
Deve-se deduzir que a Escritura foi dada por Deus com uma intenção pedagógica e por condescendência, para que o homem pudesse recordar tudo o que lhe havia sido impresso no coracao desde o momento da sua criação “a imagem e semelhança de Deus” (cfr Gn 1,26) e que a queda original lhe havia feito esqueceer. Escreve Eriúgena nas Expositiones: “Não é o homem que foi criado para a Escritura, da qual não teria tido necessidade se não tivesse pecado, mas é a Escritura – feita de doutrina e símbolos – que foi dada ao homem.
Graças a ela, de fato, nossa natureza racional pode ser introduzida nos segredos da autêntica pura contemplação de Deus” (II, PL 122, col 146C). A palavra da Sagrada Escritura purifica nossa razão um pouco cega e nos ajuda a retornar a recordação daquilo que nós, enquanto imagem de Deus, trazemos em nosso coração, vulnerado infelizmente pelo pecado.
Derivam daqui algumas consequências hermenêuticas, a respeito do modo de interpretar a Escritura, que podem indicar ainda hoje o caminho certo para uma correta leitura da Sagrada Escritura. Trata-se de descobrir o sentido escondido no texto sagrado e isso supõe um particular exercício interior graças a qual a razão se abre ao caminho seguro rumo a verdade.
Tal exercício consiste no cultivar uma constante disponibilidade à conversão. Para alcançar de fato, a visão em profundidade do texto é necessário progredir simultaneamente na conversão do coração e na análise conceitual da página bíblica seja essa de caráter cósmico, histórico ou doutrinal. É, de fato, só graças à constante purificação seja do olho do coração ou do olho da mente que pode-se conquistar a exata compreensão.
Este caminho intransitável, exigente e entusiasmador, feito de contínuas conquistas e relativizações do saber humano, conduz a criatura inteligente até as portas do Mistério divino, onde todas as noções acusam a própria fragilidade e incapacidade e impôe, por isso, com a simples força livre e doce da verdade, ir sempre além de tudo isso que é continuamente adquirido.
O reconhecimento adorante e silencioso do Mistério, que desemboca na comunhão unificante, se revela por isso como a única estrada de uma relação com a verdade que seja também a mais íntima possível e a mais escrupulosamente respeitosa da alteridade. João Escoto – utilizando também nisso um vocabulário caro à tradição cristã de língua grega – chamou esta experiência a qual tendemos “theosis” ou divinização, com afirmações ousadas ao ponto que foi possível suspeitá-lo de panteísmo heterodoxo.
Permanece forte, em todo caso a emoçao diante de textos como o seguinte onde – recorrendo à antiga metáfora da fusão de ferro – escreve: “Portanto, como todo o ferro que ao ser aquecido virá líquido ao ponto de parecer ser somente fogo, mas permanecem distintas as substâncias de um e de outro, assim deve-se aceitar que depois do fim deste mundo toda a natureza seja a corpórea ou a incorpórea, manifeste somente Deus e todavia permaneça íntegra de tal maneira que Deus possa ser de certa maneira compreendido mesmo permanecendo incompreensível e a própria criatura seja transformada, com maravilha inefável, em Deus” (V, PL 122, col 451B).
Na realidade, todo o pensamento teológico de João Escoto é a demonstração mais evidente da tentativa de expressar o dizível e o indizível Deus, fundamentando-se unicamente sobre o mistério do Verbo feito carne em Jesus de Nazaré. As tantas metáforas por ele utilizadas para indicar esta realidade inefável demonstram quanto ele seja consciente da absoluta inadequação dos termos com quais nós falamos destas coisas. E todavia, permanece o encanto e a atmosfera de autêntica experiência mística que se pode tocar concretamente em seus textos.
Basta citar, como prova disso, uma página do De divisione naturae que toca em profundidade a nossa alma de crentes de século 21: “Não se deve desejar outra coisa – ele escreve – que não seja a alegria da verdade que é Cristo, nem evitar senao a ausência d'Ele. Esta de fato, se deveria considerar causa única de total e eterna tristeza.Tira-me Cristo e não me permanecerá nenhum bem nem nada que me aterrorize como sua ausência. Os maiores tormentos de uma criatura racional são a privação e a ausência d'Ele (V, PL 122, col 989a). Palavras que podemos fazer nossas, traduzindo-as em oração àquele que constitui o desejo também de nosso coração.
Como fazer para ter a vida eterna

bém neste domingo, o Papa Bento XVI apareceu ao meio dia, à Janela do seu apartamento, sobre a Praça de São Pedro, para rezar a oração do Angelus e fazer uma breve reflexão com os fieis ali reunidos e no mundo inteiro, através dos de comunicação social.
Tal como sugere o Evangelho deste domingo em que São Marcos fala do encontro de Jesus com o rico opulento, foi sobre a questão da partilha das riquezas com os mais necessitados que o Papa centrou as suas palavras.
No encontro com esse rico, observador fiel dos mandamentos da lei de Deus, mas que não tinha ainda encontrado a felicidade e pergunta, por isso, a Jesus “como fazer para ter a vida eterna”, Jesus aproveita o desejo profundo desse homem habituado a “comprar” tudo com o dinheiro e apegado aos seus bens materiais, para lhe propor dar tudo aos pobres e a segui-Lo.“Vem, segue-me!”
Mas o homem que pensava que Jesus lhe ai propor algum mandamento especial que pudesse, quem sabe, cumprir também com a ajuda do dinheiro, não compreendeu essa proposta de Jesus. O Filho de Deus colhe, então, a ocasião para explicar aos seus discípulos “quão difícil é para os ricos entrar no reino de Deus”, Aliás, disse, “é mais fácil para um camelo passar pelofundo duma agulha do que para um rico entrar no reino de Deus”.
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terça-feira, 16 de outubro de 2012
Os movimentos: um verdadeiro dom de Deus

Na manhã desta quarta-feira, 10, terceiro dia de atividades do Sínodo geral sobre a nova evangelização, os trabalhos, em andamento no Vaticano, se realizaram a portas fechadas. Na programação, a primeira sessão dos círculos menores e, na parte da tarde, retomada a discussão geral com o pronunciamento do arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams, para ilustrar o desafio da nova evangelização do ponto de vista anglicano.
Verbum Domini
Na tarde de terça-feira, por sua vez, grande destaque para o amplo pronunciamento do prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet. De fato, o purpurado apresentou um relatório sobre o acolhimento, no mundo, da Exortação apostólica de Bento XVI "Verbum Domini", publicada dois anos atrás e fruto do Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, realizado em 2008.
Mais de 200 mil cópias difundidas em várias línguas: a difusão da Verbum Domini foi ampla no mundo inteiro. Mas o elemento de maior satisfação encontra-se no entusiasmo crescente dos fiéis pela Lectio Divina, sempre mais praticada nos ambientes mais diversificados, explicou o Cardeal Ouellet.
Ademais, percursos formativos são oferecidos pelas dioceses ou pelas comunidades para apoiar esse modo de encontrar Deus mediante a Sagrada Escritura.
Outros resultados positivos encontram-se na animação bíblica, sobretudo nas paróquias: o purpurado destacou numerosas Semanas ou Anos bíblicos organizados pelas Igrejas locais, bem como eventos de literatura ininterrupta da Palavra de Deus.
Destaque também para a iniciativa dos bispos estadunidenses que fizeram um guia homilético para sacerdotes e diáconos como resposta à Verbum Domini. Organizou-se também um Festival da pregação.
Também o setor científico expressou apreço pela Exortação apostólica, definida "o mais importante documento eclesial sobre a Sagrada Escritura após o Vaticano II, e que levou a um crescimento da colaboração entre pastores, teólogos e exegetas, contribuindo também para o acolhimento do livro do Papa dedicado a Jesus de Nazaré.
Foi também central a reflexão teológica e antropológica da Exortação apostólica, que afirma: o homem foi criado pela Palavra de Deus e é, portanto, filho de Deus em Cristo.
Por fim, o Cardeal Ouellet colocou a Verbum Domini em estreita relação com a nova evangelização: de fato, a Exortação apostólica se conclui com uma oração a fim de que o Espírito Santo suscite "zelosos anunciadores e testemunhas do Evangelho", tema principal do Sínodo atual.
Mulheres na Igreja
Ainda na tarde desta terça-feira, a Assembléia dos bispos refletiu sobre numerosos temas, dentre os quais o papel das mulheres: na Igreja – afirmou-se na Sala do Sínodo – elas representam dois terços do total de membros e, no entanto, muitas delas se sentem discriminadas.
Mas é preciso afirmar com clareza – reiterou o Sínodo – que se a Igreja não faz a ordenação sacerdotal de mulheres, não é porque elas são menos capazes ou menos dignas, mas somente porque o sacerdote é um representante de Cristo, vindo para esposar a humanidade.
Em seguida, destacou-se como fundamental a contribuição consistente das mulheres para a evangelização, e gestos fortes deveriam indicar isso claramente, porque – ressaltaram os Padres sinodais – sem mulheres felizes, reconhecidas em sua essência e orgulhosas de sua pertença à Igreja, não haverá a nova evangelização.
Fé e cultura
O Sínodo recordou, ainda, a importância da nova evangelização também no âmbito ecológico – porque ela implica o respeito por todos os seres vivos – e do diálogo entre fé e cultura, na busca de pontos de encontro com aqueles que estão abertos à verdade e comprometidos na busca do bem comum.
Nesse sentido, uma grande ajuda é dada pelas paróquias, que não devem ser somente centros de serviços espirituais, mas devem "constituir redes" a fim de que as comunidades e os grupos de fiéis se sintam realmente discípulos missionários de Cristo.
O desafio, no fundo, é fazer compreender ao mundo que a fé cristã não está em contradição com a razão humana. Daí, a exortação a evangelizar mediante um testemunho de fé que ajude o homem a enfrentar, por exemplo, o drama da morte graças a uma cultura da vida que explique o seu sentido.
A esse propósito, os Padres sinodais recordaram as palavras do Cardeal Emmanuel Célestin Suhard, iniciador da missão na França: "Não se trata de obrigar o mundo a entrar na Igreja assim como ela é, mas de fazer uma Igreja capaz de acolher o mundo assim como ele é".
Documentário sobre o Concílio Vaticano II
Por fim, no início da noite foi feita na Sala do Sínodo uma projeção especial: os participantes da Assembléia assistiram a uma versão sintética do documentário-filme sobre o Concílio Vaticano II, realizado pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais e por Micromegas Comunicação, graças às imagens inéditas da Filomteca Vaticana.
A distribuição mundial do documentário será feita a partir desta quinta-feira, 11, dia da abertura do Ano da Fé, convocado por Bento XVI justamente para comemorar o 50º aniversário conciliar.
Bispos brasileiros falam sobre suas intervenções no Sínodo

Os bispos brasileiros Dom Benedito Beni do Santos, Dom Sergio da Rocha e Dom Odilo Pedro Scherer, participam em Roma do Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização e falam sobre o evento.
O
bispo de Lorena (SP), Dom Benedito Beni, único bispo brasileiro
escolhido pelo Papa Bento XVI para participar do Sínodo, destaca a
presença do Papa na primeira semana de atividades e fala como os
trabalhos são conduzidos.
Dom Beni explica ainda que todos os bispos presentes terão oportunidade de falar, até agora um terço deles já se pronunciou, inclusive ele próprio que mostrou em sua intervenção o que significa a Nova Evangelização. O bispo teve também a oportunidade de apresentar o trabalho de Nova Evangelização desenvolvido aqui no Brasil pela Missão Permanente organizada pelas dioceses e pelos Movimentos e Novas Comunidades.
O Arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha, explica que, em sua intervenção no Sínodo, destacou o serviço prestado pelos Catequistas à Igreja no Brasil. Dom Sergio afirmou que não se pode pensar em uma Nova Evangelização sem Catequistas, por isso, ele quis expressar sua gratidão e apoio a estes e, ao mesmo tempo, solicitar que o Sínodo possa contribuir para configurar o ministério do catequista em nossa Igreja.
O Cardeal arcebispo de São Paulo,
Dom Odilo Pedro Scherer, que também já fez sua intervenção no Síndo,
faz um balanço da primeira semana de trabalhos no Sínodo e explica que
em sua colocação destacou a necessidade da Igreja aprender com suas
experiências históricas.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
A Virgem Maria reza contemplando o futuro

terça-feira, 2 de outubro de 2012
Autoridade Espiritual
Este é mais um ensino da série "Formação para Coordenadores de Grupos de Oração"
Introdução
Neste ensino, veremos que o princípio da autoridade parte do se sentir chamado e do envio para a missão: “Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes poder de expulsar espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade” (Mt 10,1).
Autoridade não é sinônimo de autoritarismo, o autoritarismo gera insatisfação, mágoas, e falta de comprometimento de servos novos, ao passo que autoridade espiritual não só expulsa o demônio como confirma que é o Senhor que vai a frente. Aí está o segredo da autoridade, a convicção da missão.
Desenvolvimento
Há pelo menos cinco condições para que a autoridade espiritual exista e funcione. Também chamadas de colunas da autoridade espiritual que são: retidão, relacionamento com Deus, unção, fé, obediência.
Jesus no Evangelho de São Mateus 28,18 diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”. Ele reconhece que tudo vem do Pai.
A Igreja, enquanto Povo de Deus, reconhece apenas uma autoridade: Cristo Jesus (isto nos diz o Documento Puebla 257). Ele é o pastor que guia; todavia os laços que a prendem a Ele são muito mais profundos do que um simples trabalho de direção. Cristo é a autoridade da Igreja no sentido mais profundo da palavra, porque é o seu autor. Ele é a fonte da vida, unidade e cabeça da Igreja.
Se quisermos realizar as obras do Senhor, a missão que Ele nos confiou, é preciso saber, como Ele, empunhar o cetro da justiça que é o emblema da autoridade. “O cetro do teu reino é cetro de justiça” (Hb 1,8).
Inicialmente, autoridade espiritual significa o poder de permanecermos firmes pelo nome de Cristo, executando Sua vontade sobre os poderes e circunstâncias espirituais e materiais. Jesus, em Marcos 16,15-17, diz: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo, mas quem não crer, será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem...”.
A autoridade espiritual é diferente da autoridade eclesiástica, que exerce uma orientação, como também da autoridade governamental cujos comandos são distribuídos em setores e regiões.
Todos aqueles que acreditam podem exercer a autoridade espiritual. A autoridade espiritual funciona sob a ação do Espírito Santo. Na palavra de Atos 19,11-13, está escrito: “Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos”.
Tanto os discípulos (no versículo 11), como os exorcistas ambulantes (versículo 13) estavam exercendo a autoridade espiritual, mas verifica-se no versículo 15 – “Conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas vós quem sois?”, que eles não obtinham êxito. Os discípulos possuíam o Espírito Santo.
A Retidão é uma das cinco colunas. A falta da autoridade espiritual está a zero quando não há uma retidão cumprida. O Espírito Santo nos ensina que a verdadeira autoridade vem da retidão. A retidão se subdivide em: retidão atribuída, cumprida, interna e externa.
Na palavra de Rm 4,3, encontramos um exemplo de retidão atribuída, “Ora, que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isto lhe foi imputado em conta de justiça”. Abraão, pela fé, creu e cumpriu a vontade de Deus. Já em Ef 2,8-9 está escrito: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie.’ – é pela fé que somos salvos.
A Retidão cumprida advém de um esforço pessoal. Como nos fala a passagem de 2Pd 1,5-7: “Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade”.
A Retidão interna nos é dada por Deus, é um Dom, tem muito a ver com a fé em Jesus Cristo; e a Retidão externa se expressa pelos frutos do Espírito Santo em nossas vidas, tem a ver com as obras que produzimos como resultado da fé.
O Relacionamento com Deus é outro pilar da autoridade espiritual. Sua importância fica clara na Palavra. “Eu sou a videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim” (Jo 15,1-4). Precisamos estar ligados à videira para dar frutos, mais frutos, mais frutos. Esta é a progressão do cristão sadio.
Mas como permanecer em Jesus? A resposta está em João 15,9-11: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos do meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa”. Dessa forma, é seguindo fielmente a Palavra e persistindo no Seu amor; sendo a imagem de Jesus e seguindo Seu exemplo, refletindo assim a transformação do nosso interior e deixando a Sua glória brilhar.
Unção é a terceira coluna para a autoridade espiritual, é o alicerce importante no exercício desta autoridade. É a equipagem para a realização da obra de Deus.
No Antigo Testamento a unção era feita com o óleo derramado sobre as cabeças dos sacerdotes, reis e leprosos. Já no Novo Testamento, quando Jesus lê a profecia de Isaías 61 - “O Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu” -, Ele se refere a uma unção vinda do Espírito Santo, como uma ação sobre ele, e isto o impele à missão.
Jesus promete este mesmo poder várias vezes, mas em At 1,8 antes de subir ao céu, Ele diz: “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. O que é ser sua testemunha senão exercer exatamente o que Ele pediu, assim como, o apóstolo Paulo: “A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria: eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Cor 2,4-5). O poder da palavra vem da autoridade que o Espírito Santo nos dá.
A Fé, quarta coluna da autoridade espiritual, é a chave que abre o nosso ser para que a glória de Deus se realize em nós. Ela baseia-se no saber o que Deus quer fazer, mas a vida de fé começa quando abrimos os olhos para a verdade.
A Fé não é um esforço pessoal; é um dom, como se vê na passagem de Hebreus 11, 1: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”. É uma graça de entrega e confiança. Não é sentimento, mas sim a aceitação da pessoa e da missão de Jesus.
A obediência é o quinto destes pilares. São Basílio nos diz que a obediência não é como a do escravo que obedece por medo do castigo, mas sim como filho de Deus que busca a recompensa por amor.
No livro de Samuel, podemos ver a importância a qual o Senhor dá à nossa obediência. “Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão valem mais que a gordura dos carneiros” (1Sm 15, 22).
Nosso maior exemplo de obediência é o do Cristo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5, 19). Pela
Sua obediência nos deu a vida eterna. Por isso, a obediência é uma das graças que recebemos através do batismo.
Também devemos ser obedientes àqueles que têm autoridade humana sobre nós: “Por amor do Senhor, sede submissos, pois a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer as pessoas honestas. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos, temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo respeito, não só aos bons e moderadores, mas também aos de caráter difícil. Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus” (1Pd 2, 13-19).
A obediência e a autoridade se completam, não pode existir uma sem a outra. O maior exemplo disso é o centurião do Evangelho de Lucas (Lc 7, 6-8): “Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa; por isso nem me achei digno de chegar-me a ti; mas dize somente uma palavra, e o meu servo será curado. Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e digo a um: vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao meu servo: Faze isto! E ele o faz”.
Outro grande exemplo de obediência é Maria Santíssima, que em Lucas 1, 38, a partir desta declaração, dá o seu ‘sim’ para que o plano de salvação de Deus fosse cumprido: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Conclusão
O princípio da autoridade é a missão, como visto em Mt 10,1.7, e nasce de uma convicção profunda da missão. Obedecemos a Deus e em nome de Jesus exercemos os ministérios com os carismas dispensados pelo Espírito Sa
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Ele é o doador de Vida!
“Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”. É assim que toda a Igreja professa, no Símbolo Niceno-Constantinopolitano, como crê no Espírito Santo: Aquele que dá a vida! No relato da criação, Deus forma o homem e inspira-lhe nas narinas um sopro de vida. Somente depois disto, então, que ele se torna um ser vivente (cf. Gn 2, 7).
Na 30ª edição do nosso Congresso Nacional, realizado de 10 a 15 de julho de 2012 em Foz do Iguaçu/PR, durante a pregação da Patti Mansfield, um trecho de sua fala inspirada tocou-nos de forma especial:
"Eu sou chamado o doce hospede da alma: deixe que Eu seja o doce hospede das suas almas. Eu sou chamado de refrigério para os que estão cansados: deixe que Eu seja refrigério para você nos seus cansaços. Eu sou chamado de poder e força para os fracos: deixe que Eu seja poder para você. Eu sou chamado de luz para aqueles que estão nas trevas: deixe que Eu seja luz na sua vida. Recebam o Espírito Santo, o Senhor, o doador da vida".
Doce hóspede da alma, que age em nossa liberdade e deseja nos doar a vida. Aleluia! Gentilmente nos pede: “Posso ser o refrigério, a força, a luz de suas vidas?”. E que vida é essa que anseias nos oferecer?
Quando recorremos a Sagrada Escritura, no livro do profeta Ezequiel, encontramos a resposta. Fala-nos de uma fonte maravilhosa que jorra do templo, uma torrente que se lançará no mar. A tradução da Bíblia Ave Maria no seu rodapé nos diz que este mar é o Mar Morto, cujas águas eram salgadas demais para permitir a vida. No entanto, a Palavra de Deus nos diz que essa corrente aí será lançada, tornando essas águas mais saudáveis (cf. Ez 47, 1-8). Prossegue o texto bíblico com esta afirmação: “em toda a parte aonde chegar a torrente haverá vida” (Ez 47, 9b). Depois da passagem destas águas que vem do santuário (cf. Ez 47, 12), o que antes eram sinais de morte se transformam.
Sejam quais forem os símbolos empregados, sopro ou água, neste caso ambos se referem à vida. E vida onde há uma situação de “não-vida”. A moção destacada nos fala de cansaço, fraqueza, trevas. E podíamos acrescentar tantos outros indícios que traduzem a nossa condição quando nos falta a vitalidade.
Alegremo-nos, pois o Senhor que dá a vida nos convida a abrir o coração para que Ele atue de forma nova. Ele pode e quer nos devolver a vida. E pede somente: “deixe que Eu seja...”. Ore neste instante: “Eu deixo, eu permito que ajas de maneira nova em minha vida. Entrego-te meu cansaço, minha fraqueza. Permito que seja meu refrigério, minha força. Deixo que dissipes as trevas que me circundam. Vem iluminar as minhas incertezas. Renovar a minha vida. Devolver-me o brilho. Vem Espírito Santo. Vem doador de vida”.
E sempre que nos sentirmos sem vida, recorramos ao Espírito Santo. Onde Ele toca tudo se transforma. Qual realidade você precisa que Ele toque agora? Basta apresentá-la, com fé. Não perca tempo, ainda que seja no silêncio do teu coração!
Como escutar a voz de Deus?
O importante é adquirir a prática de ouvir a Deus. Ouvir
não com o ouvido, mas com o coração. Ouvir a Deus é colher no coração o
que Ele inspira. A resposta do Senhor é semeada no nosso coração, no
mais íntimo do nosso ser, no mais profundo de nós mesmos, no cerne de
nós mesmos, lá onde Deus habita, lá onde Deus mora.
Se eu quiser saber a resposta de Deus, devo procurar lá dentro, dentro de mim mesmo. Tenho de aprender a entrar no meu interior, a buscar dentro de mim. Não fora, não no barulho, não na movimentação, nem na minha cabeça.
Muitas vezes, queremos resolver todas as coisas com a cabeça, saber tudo com a cabeça. Precisamos ir, realmente, buscar, entrar em nós mesmos, em oração.
Todos sabemos como é bom orar, principalmente, em línguas, cantar em línguas, e depois ficar naquele silêncio. O que experimentamos não é um silêncio vazio, pelo contrario, é um silêncio pleno, um silêncio gostoso. Um silêncio pelo qual entramos dentro de nós mesmos. É lá que Deus vai semear as respostas de tudo aquilo que perguntamos.
Tudo é questão de aprender a ouvir a Deus. Ouvir não com os ouvidos, mas com a sabedoria de que Deus infunde no recesso do coração que reza.
Tempos atrás, um jovem estudava na Escola de Especialista da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP) e participava de um de nossos grupos. O trabalho dele era com rádio de aviação. Ele disse que todos os estudantes passavam por treinamentos muito duros, em que eram obrigados a entender mensagens em inglês, no meio de muito barulho, de muita interferência, e aqueles aparelhos zunindo com ruído. Eles tinham que afinar o ouvido para entender com precisão a mensagem. Eram treinados nisso, para ficar com o ouvido muito, muito apurado, apesar dos ruídos, apesar das interferências, para poderem captar a mensagem. Na vida prática, quando estiverem nos aeroportos ou nos aviões, precisam ter a audição muito apurada, muito precisa, porque terão vidas sobre suas responsabilidades. Se não entenderem a mensagem, ou se a entenderem mal, porão em risco muitas vidas.
Na vida espiritual é a mesma coisa. Precisamos aprender a ouvir de Deus. Se não tivermos a facilidade de ouvir a Deus, se não tivermos habilidade de ouvi-Lo, arriscaremos em primeiro lugar a nossa vida, e depois a vida de muita gente.
A sabedoria de Deus está a nosso alcance. Precisamos captá-la, e a verdade é que a sabedoria divina é posta em nós, lá no centro de nós mesmos, mas rodeada de muito barulho, de muito ruído. Não que Deus não queira, mas porque já há muito ruído dentro de nós: mil vozes, mil coisas, mil preocupações a nosso redor. É difícil nós podermos fazer silêncio, podermos parar e entrar dentro de si mesmo. O mundo nos solicita o tempo todo.
É barulho de rádio, de televisão, de carro, de rua, de máquina, e a gente nesse torvelinho. E por causa disso, o barulho está na nossa cabeça. Parece que a gente se acostuma com aquele barulho, com aqueles sons, e a nossa cabeça vai no mesmo ritmo dos barulhos ao nosso redor. Temos de treinar a entrar em nós mesmos, e é por isso que Deus vem em nosso auxilio e nos dá Seus dons.
Pensemos na preciosidade do dom de línguas, de orar e cantar em línguas. Ele nos ajuda maravilhosamente a romper com todo o barulho interior que já ficou em nós, para entrarmos no silêncio de nós mesmos e encontrarmos Deus e Sua mensagem. Além disso, quando o Senhor infunde Sua resposta em nós, a nossa inteligência faz um tremendo barulho. A nossa cabeça quer resolver todas as coisas e, muitas vezes, vai na frente.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Se eu quiser saber a resposta de Deus, devo procurar lá dentro, dentro de mim mesmo. Tenho de aprender a entrar no meu interior, a buscar dentro de mim. Não fora, não no barulho, não na movimentação, nem na minha cabeça.
Muitas vezes, queremos resolver todas as coisas com a cabeça, saber tudo com a cabeça. Precisamos ir, realmente, buscar, entrar em nós mesmos, em oração.

Monsenhor Jonas Abib
Todos sabemos como é bom orar, principalmente, em línguas, cantar em línguas, e depois ficar naquele silêncio. O que experimentamos não é um silêncio vazio, pelo contrario, é um silêncio pleno, um silêncio gostoso. Um silêncio pelo qual entramos dentro de nós mesmos. É lá que Deus vai semear as respostas de tudo aquilo que perguntamos.
Tudo é questão de aprender a ouvir a Deus. Ouvir não com os ouvidos, mas com a sabedoria de que Deus infunde no recesso do coração que reza.
Tempos atrás, um jovem estudava na Escola de Especialista da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP) e participava de um de nossos grupos. O trabalho dele era com rádio de aviação. Ele disse que todos os estudantes passavam por treinamentos muito duros, em que eram obrigados a entender mensagens em inglês, no meio de muito barulho, de muita interferência, e aqueles aparelhos zunindo com ruído. Eles tinham que afinar o ouvido para entender com precisão a mensagem. Eram treinados nisso, para ficar com o ouvido muito, muito apurado, apesar dos ruídos, apesar das interferências, para poderem captar a mensagem. Na vida prática, quando estiverem nos aeroportos ou nos aviões, precisam ter a audição muito apurada, muito precisa, porque terão vidas sobre suas responsabilidades. Se não entenderem a mensagem, ou se a entenderem mal, porão em risco muitas vidas.
Na vida espiritual é a mesma coisa. Precisamos aprender a ouvir de Deus. Se não tivermos a facilidade de ouvir a Deus, se não tivermos habilidade de ouvi-Lo, arriscaremos em primeiro lugar a nossa vida, e depois a vida de muita gente.
A sabedoria de Deus está a nosso alcance. Precisamos captá-la, e a verdade é que a sabedoria divina é posta em nós, lá no centro de nós mesmos, mas rodeada de muito barulho, de muito ruído. Não que Deus não queira, mas porque já há muito ruído dentro de nós: mil vozes, mil coisas, mil preocupações a nosso redor. É difícil nós podermos fazer silêncio, podermos parar e entrar dentro de si mesmo. O mundo nos solicita o tempo todo.
É barulho de rádio, de televisão, de carro, de rua, de máquina, e a gente nesse torvelinho. E por causa disso, o barulho está na nossa cabeça. Parece que a gente se acostuma com aquele barulho, com aqueles sons, e a nossa cabeça vai no mesmo ritmo dos barulhos ao nosso redor. Temos de treinar a entrar em nós mesmos, e é por isso que Deus vem em nosso auxilio e nos dá Seus dons.
Pensemos na preciosidade do dom de línguas, de orar e cantar em línguas. Ele nos ajuda maravilhosamente a romper com todo o barulho interior que já ficou em nós, para entrarmos no silêncio de nós mesmos e encontrarmos Deus e Sua mensagem. Além disso, quando o Senhor infunde Sua resposta em nós, a nossa inteligência faz um tremendo barulho. A nossa cabeça quer resolver todas as coisas e, muitas vezes, vai na frente.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
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