“Erguei a minha cruz sobre os vossos sonhos, a minha cruz que representou a derrota dos sonhos daqueles que pensaram que Eu iria restaurar imediatamente o reino de Israel, que ao me verem morrer na cruz viram morrer também o seu sonho de libertação das mãos do opressor. Estes não entenderam que Eu os libertei sim do verdadeiro opressor. Quando erguerdes a minha cruz sobre os vossos sonhos, o meu sangue lavará e restaurará corações desapontados e descrentes por terem visto tantos de seus sonhos ruírem. Eu lavarei as feridas da mágoa, desapontamento e tristeza profunda no meu sangue redentor. Eu resgatarei a verdade e cancelarei toda a ilusão e mentira a respeito da felicidade. Eu realizarei cura profunda em vosso interior para que volteis a crer e a sonhar. Eu lavarei no meu sangue a vossa visão para que possais ver os bens futuros que lhes preparei. Lavarei também no meu sangue todos os envolvidos, todas as pessoas e circunstâncias das quais dependeis para realizardes vossos sonhos. Eu vos libertarei das amarras da descrença, do fracasso, das palavras de maldição, do fatalismo e vos deixarei livres para sonhar, sem traumas, sem medos, sem nada que os prenda”.
Por Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional
Grupo de Oração Magnificat
No dia 17 de outubro de 2007, durante uma vigília, de madrugada, recebemos a profecia que nós chamamos “a profecia da cruz” (confira no box) e, desde então, temos rezado com ela permitindo que Deus nos cure de muitos males. Essa profecia fala de olharmos para nossa vida com olhos diferentes, para não termos só a visão do mundo, mas sim a visão cristã, na perspectiva da cruz. Ela fala de erguermos a cruz sobre nossos sonhos e desejar que o próprio Deus coloque os seus sonhos no nosso coração, pois eles são infinitamente maiores e mais bonitos do que todos os sonhos que nós poderíamos sonhar. É isso que nos ensina a história da salvação. O povo de Israel sonhava com alguém que os libertasse das mãos dos romanos, mas Deus sonhava com uma libertação maior, sonhava em resgatar todas as pessoas de todas as épocas das mãos do maligno e nos levar de volta à comunhão com Ele.
A cruz é para nós um símbolo do sacrifício único de Cristo como mediador entre Deus e os homens. Na cruz, temos a remissão dos nossos pecados e somos novamente admitidos na presença de Deus como filhos seus, filhos no Filho. A salvação universal foi consumada na cruz, porém, precisamos nos apossar dela tornando-a salvação pessoal para que a vitória sobre o mal aconteça na nossa própria vida. O próprio Jesus convidou seus discípulos a tomarem sua cruz e segui-Lo a fim de se associarem ao seu sacrifício redentor. Como podemos transformar a salvação universal em salvação pessoal, como podemos nos associar ao sacrifício de Cristo?
Olhando para a paixão de Jesus, podemos entender que o sofrimento na nossa vida, as podas, as perdas, as dores emocionais, as dores físicas, a dor na alma representam o nosso suor de sangue. Se nós pudermos dizer do fundo do coração como Jesus no Jardim das Oliveiras: “Pai, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22, 42b), então, estaremos unindo o nosso suor de sangue ao de Jesus e isso terá uma grande força redentora em nossa vida. Jesus, mesmo no meio da dor, nunca perdeu a perspectiva do Pai. Seu único desejo era glorificar o nome do Pai e fazer Sua vontade, porque Ele, acima de tudo, confiava no amor do Pai.
Dias atrás encontrei um casal de amigos cujo filho, ainda adolescente, resolveu acabar com a própria vida. A mãe, entre lágrimas, me disse: “Eu sei que não era vontade de Deus que a vida do meu filho acabasse assim, mas sei também que o Pai o ama muito mais do que nós o amamos e, naquela hora, Ele não o abandonou, Ele estava lá com o meu filho. Sei que o Pai nunca nos abandona, nem quando pecamos, porque Ele nos ama. Aconteça o que acontecer, Ele está junto de nós. Sei também que o sangue que Jesus derramou na cruz pelo nosso filho há de clamar por ele, pela sua salvação. Isso nos dá forças para continuar. Agora não é hora de negar a nossa fé, mas de afirmá-la. Nós continuamos a confiar em Deus e somos muito agradecidos a Jesus pelo o que Ele fez por nós e por nosso filho na cruz. Isso nos ajuda a retomar a vida apesar da dor”.
Essa mãe entendeu que é preciso fazer e manter o sacrifício do louvor, a reafirmação da fé, até o ponto de conseguir compreender que nada se perde ou fica sem sentido se vivido com Deus. A cruz na nossa vida não deve nos afastar de Deus, mas deve ser motivo de nos aproximar Dele, para poder se tornar salvação.
Aceitar a cruz, de forma que ela se torne redentora, é viver sempre totalmente na presença de Deus, sem fugir da própria vida para viver de ilusão. Jesus, antes de ser pregado na cruz, teve a oportunidade de tomar vinho misturado com fel, uma bebida inebriante que costumavam oferecer aos supliciados para atenuar os sofrimentos. Ele recusa esse entorpecente porque quer assumir plenamente sua missão, quer estar lúcido e consciente até o fim, não quer fugir daquela situação e nem daquele lugar.
Nós também não devemos nos iludir. Não é fugindo das dificuldades da nossa vida que as coisas se resolvem. É a bênção de Deus que coloca tudo em ordem e no lugar. Em todos os momentos de nossa vida, diante do trabalho, da família, da missão, devemos dizer: “Eis-me aqui, Senhor!”. Assim fazendo, somos colocados na presença de Deus, na presença da luz, da graça, do amor, do poder de Deus. Jesus, ao recusar a bebida entorpecente, nos ensina a estarmos inteiramente no lugar onde estamos e fazer aquilo que somos chamados a fazer. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que nos envolvem, se elas forem vividas na presença de Deus, o nosso fardo se torna mais leve e fazemos o que é certo para a nossa própria salvação e para a salvação dos outros ao nosso redor.
Aderir ao sacrifício da cruz para receber a salvação é estarmos dispostos a perdoar como Jesus perdoou. Ele disse: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Quantas vezes negamos a cruz ao negarmos os ensinamentos de Jesus! Não abençoamos, não perdoamos, falamos mal uns dos outros pelas costas, julgamos, condenamos ao invés de colocarmos “nossa causa nas mãos daquele que julga com justiça” (cf I Pe 2, 23).
Certa ocasião, aprendi algo que muitas vezes falho por não fazer, mas que, quando faço, ocasiona muitas bênçãos na minha vida e na de todas as pessoas envolvidas: silenciar em oração. Quer dizer, quando fico tentada a falar mal de alguém e a criticar, começo a orar por essa pessoa. Rezo o Veni Creator por ela, pedindo que o Espírito Santo a ilumine, preencha o seu coração com o fogo do seu amor e a console em todas as suas aflições. A seguir, rezo por mim mesma, com a Palavra, pois creio que a Palavra de Deus é poderosa para arrasar as fortificações do orgulho e do pecado em mim, rezo assim: “Sei que a esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5). Peço que aquilo que a Palavra diz aconteça em mim, que o amor de Deus tome conta do meu coração e me ajude a perdoar e não julgar. Testemunho que é impressionante a ação de Deus na nossa vida quando colocamos as situações que poderiam se transformar em pecado diante do amor de Deus, clamando pelo Espírito Santo. Acontece o que a Palavra diz, o amor de Deus é derramado no nosso coração e conseguimos nos acalmar, conseguimos perdoar, conseguimos enxergar as coisas sob outra perspectiva, pois a luz do Espírito Santo é derramada sobre o nosso entendimento. Silenciar em oração é fazer como Jesus na cruz, pois Ele poderia ter denunciado tantas coisas, mas calou e perdoou e isso falou muito mais alto. Não nos iludamos, o que nos torna tristes e deprimidos, magoados e ressentidos não é o que os outros nos fazem, mas como nós reagimos diante dos acontecimentos.
Deixemos o sonho de Deus vencer na nossa vida, assumindo a cada dia a nossa vida com fé e vivendo no amor e no perdão como Jesus nos ensinou. Essa é a vitória da cruz, a vitória do bem sobre o mal.
Por Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional
Grupo de Oração Magnificat
No dia 17 de outubro de 2007, durante uma vigília, de madrugada, recebemos a profecia que nós chamamos “a profecia da cruz” (confira no box) e, desde então, temos rezado com ela permitindo que Deus nos cure de muitos males. Essa profecia fala de olharmos para nossa vida com olhos diferentes, para não termos só a visão do mundo, mas sim a visão cristã, na perspectiva da cruz. Ela fala de erguermos a cruz sobre nossos sonhos e desejar que o próprio Deus coloque os seus sonhos no nosso coração, pois eles são infinitamente maiores e mais bonitos do que todos os sonhos que nós poderíamos sonhar. É isso que nos ensina a história da salvação. O povo de Israel sonhava com alguém que os libertasse das mãos dos romanos, mas Deus sonhava com uma libertação maior, sonhava em resgatar todas as pessoas de todas as épocas das mãos do maligno e nos levar de volta à comunhão com Ele.
A cruz é para nós um símbolo do sacrifício único de Cristo como mediador entre Deus e os homens. Na cruz, temos a remissão dos nossos pecados e somos novamente admitidos na presença de Deus como filhos seus, filhos no Filho. A salvação universal foi consumada na cruz, porém, precisamos nos apossar dela tornando-a salvação pessoal para que a vitória sobre o mal aconteça na nossa própria vida. O próprio Jesus convidou seus discípulos a tomarem sua cruz e segui-Lo a fim de se associarem ao seu sacrifício redentor. Como podemos transformar a salvação universal em salvação pessoal, como podemos nos associar ao sacrifício de Cristo?
Olhando para a paixão de Jesus, podemos entender que o sofrimento na nossa vida, as podas, as perdas, as dores emocionais, as dores físicas, a dor na alma representam o nosso suor de sangue. Se nós pudermos dizer do fundo do coração como Jesus no Jardim das Oliveiras: “Pai, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22, 42b), então, estaremos unindo o nosso suor de sangue ao de Jesus e isso terá uma grande força redentora em nossa vida. Jesus, mesmo no meio da dor, nunca perdeu a perspectiva do Pai. Seu único desejo era glorificar o nome do Pai e fazer Sua vontade, porque Ele, acima de tudo, confiava no amor do Pai.
Dias atrás encontrei um casal de amigos cujo filho, ainda adolescente, resolveu acabar com a própria vida. A mãe, entre lágrimas, me disse: “Eu sei que não era vontade de Deus que a vida do meu filho acabasse assim, mas sei também que o Pai o ama muito mais do que nós o amamos e, naquela hora, Ele não o abandonou, Ele estava lá com o meu filho. Sei que o Pai nunca nos abandona, nem quando pecamos, porque Ele nos ama. Aconteça o que acontecer, Ele está junto de nós. Sei também que o sangue que Jesus derramou na cruz pelo nosso filho há de clamar por ele, pela sua salvação. Isso nos dá forças para continuar. Agora não é hora de negar a nossa fé, mas de afirmá-la. Nós continuamos a confiar em Deus e somos muito agradecidos a Jesus pelo o que Ele fez por nós e por nosso filho na cruz. Isso nos ajuda a retomar a vida apesar da dor”.
Essa mãe entendeu que é preciso fazer e manter o sacrifício do louvor, a reafirmação da fé, até o ponto de conseguir compreender que nada se perde ou fica sem sentido se vivido com Deus. A cruz na nossa vida não deve nos afastar de Deus, mas deve ser motivo de nos aproximar Dele, para poder se tornar salvação.
Aceitar a cruz, de forma que ela se torne redentora, é viver sempre totalmente na presença de Deus, sem fugir da própria vida para viver de ilusão. Jesus, antes de ser pregado na cruz, teve a oportunidade de tomar vinho misturado com fel, uma bebida inebriante que costumavam oferecer aos supliciados para atenuar os sofrimentos. Ele recusa esse entorpecente porque quer assumir plenamente sua missão, quer estar lúcido e consciente até o fim, não quer fugir daquela situação e nem daquele lugar.
Nós também não devemos nos iludir. Não é fugindo das dificuldades da nossa vida que as coisas se resolvem. É a bênção de Deus que coloca tudo em ordem e no lugar. Em todos os momentos de nossa vida, diante do trabalho, da família, da missão, devemos dizer: “Eis-me aqui, Senhor!”. Assim fazendo, somos colocados na presença de Deus, na presença da luz, da graça, do amor, do poder de Deus. Jesus, ao recusar a bebida entorpecente, nos ensina a estarmos inteiramente no lugar onde estamos e fazer aquilo que somos chamados a fazer. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que nos envolvem, se elas forem vividas na presença de Deus, o nosso fardo se torna mais leve e fazemos o que é certo para a nossa própria salvação e para a salvação dos outros ao nosso redor.
Aderir ao sacrifício da cruz para receber a salvação é estarmos dispostos a perdoar como Jesus perdoou. Ele disse: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Quantas vezes negamos a cruz ao negarmos os ensinamentos de Jesus! Não abençoamos, não perdoamos, falamos mal uns dos outros pelas costas, julgamos, condenamos ao invés de colocarmos “nossa causa nas mãos daquele que julga com justiça” (cf I Pe 2, 23).
Certa ocasião, aprendi algo que muitas vezes falho por não fazer, mas que, quando faço, ocasiona muitas bênçãos na minha vida e na de todas as pessoas envolvidas: silenciar em oração. Quer dizer, quando fico tentada a falar mal de alguém e a criticar, começo a orar por essa pessoa. Rezo o Veni Creator por ela, pedindo que o Espírito Santo a ilumine, preencha o seu coração com o fogo do seu amor e a console em todas as suas aflições. A seguir, rezo por mim mesma, com a Palavra, pois creio que a Palavra de Deus é poderosa para arrasar as fortificações do orgulho e do pecado em mim, rezo assim: “Sei que a esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5). Peço que aquilo que a Palavra diz aconteça em mim, que o amor de Deus tome conta do meu coração e me ajude a perdoar e não julgar. Testemunho que é impressionante a ação de Deus na nossa vida quando colocamos as situações que poderiam se transformar em pecado diante do amor de Deus, clamando pelo Espírito Santo. Acontece o que a Palavra diz, o amor de Deus é derramado no nosso coração e conseguimos nos acalmar, conseguimos perdoar, conseguimos enxergar as coisas sob outra perspectiva, pois a luz do Espírito Santo é derramada sobre o nosso entendimento. Silenciar em oração é fazer como Jesus na cruz, pois Ele poderia ter denunciado tantas coisas, mas calou e perdoou e isso falou muito mais alto. Não nos iludamos, o que nos torna tristes e deprimidos, magoados e ressentidos não é o que os outros nos fazem, mas como nós reagimos diante dos acontecimentos.
Deixemos o sonho de Deus vencer na nossa vida, assumindo a cada dia a nossa vida com fé e vivendo no amor e no perdão como Jesus nos ensinou. Essa é a vitória da cruz, a vitória do bem sobre o mal.
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