Frei Márcio, OFM
Com este artigo queremos lançar as redes de nossa
mente e coração sobre as águas profundas da vocação matrimonial, para
contemplar a família segundo o plano de Deus.
Na realidade em que vivemos sabemos que há famílias
harmoniosas, que estão vivendo o amor a paz a partilha. Seus membros
sentem-se felizes e comprometidos com o bem de todos. Porém também
percebemos que não é pequeno o número de famílias desestruturadas em que
seus membros apesar de conviverem juntos debaixo de um mesmo teto,
parecem formar um simples pensionato, partilham momentos e atividades
mas não partilham suas vidas, seus sonhos, suas necessidades interiores.
Pessoas ligadas pelo sangue mas não pelo coração. Diante desses fatos
perguntamos: Existe um plano de Deus para a família?
Sim! Existe um plano. Ao criar o homem e a mulher à
sua imagem e semelhança, Deus concedeu a eles o dom de constituírem uma
unidade a ponto de se tornarem uma só carne, ou seja, realizarem-se como
pessoas na dinâmica da doação recíproca. Para esta unidade Deus
concedeu os meios e possibilidades através dos quais o casal participa
da natureza de Deus criador. Eles geram a vida fruto do seu amor. Desta
forma, nascem pessoas no aconchego do lar que se desenvolvem num clima
de amor, acolhimento e doação.
Portanto a vocação matrimonial é o chamado que Deus
faz ao homem e a mulher para constituírem uma comunhão geradora de vida.
“A família é assim o celeiro das vocações que pelo sacramento do
matrimônio, participa da missão educativa da Igreja, que é mestra e mãe.
Denominada igreja doméstica a família oferece as condições favoráveis
para o nascimento e o crescimento das vocações. As famílias têm a missão
de educar seus filhos e filhas para uma autêntica vida cristã. Ao
cultivarem os valores da fé a família abre espaços e tempos para que os
filhos possam discernir o chamado de Deus. Na verdade uma autêntica
família cristã, testemunha fiel no mundo e comprometida com os
ministérios na comunidade, proporciona um confronto sadio entre os
ideais e sonhos dos adolescentes e jovens com as propostas do Evangelho,
as necessidades da Igreja e da humanidade.”
Os que desejam se casar precisam sentir-se chamados
por Deus e perceberem se são capazes de responder com fidelidade e
sinceridade este chamado. Para tanto, os noivos devem dialogar sobre as
alegrias da união matrimonial, mas também sobre os compromissos que esta
união exige. Deste modo vão estabelecer uma união duradoura e estável,
fundada na liberdade e responsabilidade.
Àqueles que já vivem uma união matrimonial a resposta
ao chamado de Deus é diária. É no dia a dia que se renova o sim do
altar. É no diálogo familiar e na oração que encontram forças para viver
os valores da família cristã. É bom que todos os membros da família se
sintam chamados por Deus para realizarem seu plano, que isto não fique
somente para a responsabilidade do Pai e da Mãe, ainda que eles são os
que assumiram esta responsabilidade.
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