sábado, 16 de junho de 2012

Aberto processo de beatificação de Dom Couto no interior de SP



Dom José Antônio do Couto foi o quarto bispo de Taubaté, entre 1974 e 1981
Uma Missa celebrada na manhã desta sexta-feira, 15, marcou a abertura do processo de beatificação de Dom José Antônio do Couto na Diocese de Taubaté, interior de São Paulo.

A cerimônia foi realizada na Catedral de São Francisco das Chagas e contou com a presença dos responsáveis pelo processo e pessoas que conviveram com Dom Couto, como era conhecido. Ele foi o quarto bispo diocesano da cidade, entre 1974 e 1981.

Segundo o bispo atual da diocese, Dom Carmo Rhoden, com a abertura do processo, comecará o estudo de toda a vida de Dom Couto, inclusive seus escritos, para verificar se estão de acordo com a doutrina católica. Ele entende que o processo é demorado, mas torce para que não demore tanto assim.

Dom Carmo destacou a simplicidade de Dom Couto, e recordou todo seu empenho e amor à paróquia, a qual ele continuou se dedicando embora estivesse doente. Exemplo disso, foi que mesmo na cadeira de rodas ele prosseguiu atendendo as pessoas, relembrou o bispo.

Antes do término da Missa, os restos mortais de Dom Couto foram depositados embaixo de um altar com a Cruz de Nossa Senhora das Dores e São João Evangelista, no lado esquerdo da Catedral.  Até então, os restos mortais estavam no Convento dos Padres do Sagrado Coração de Jesus.

Dom Couto já é considerado pela Igreja Católica como "Servo de Deus", desde abril deste ano, quando a Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, reconheceu a legitimidade do processo e autorizou sua abertura. Com esse título, os fiéis podem pedir sua intercessão.

A primeira fase da beatificação é chamada de etapa diocesana, e deve durar aproximadamente dois anos. Em seguida, o processo será encaminhado ao Vaticano para dar início ao próximo passo, onde será necessário haver a comprovação de um milagre atribuído a Dom Couto para que ele seja beatificado. A partir disso, o próximo passo será a canonização, quando o bispo poderá ser reconhecido como santo da Igreja.

Entenda melhor
.: Saiba quais são as etapas de um processo de canonização
Biografia

Dom Couto nasceu em 1º de novembro de 1927, na cidade de Formiga (MG), filho de Joaquim Antônio do Couto e de Rita da Conceição.

No dia 28 de janeiro de 1944, ingressou no Seminário Menor de Lavras (MG), pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, onde ficou até 1946. Completou seus estudos no Seminário Sagrado Coração de Jesus de Corupá e de Brusque, ambos em Santa Catarina. Em 1953, foi enviado a Roma para cursar teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Foi ordenado sacerdote em 1º de julho de 1956. Celebrou sua primeira Missa em 2 de julho de 1956, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Licenciou-se em teologia (1957) e teologia moral (1959) pela Academia Afonsiana de Roma, concluindo o doutorado em teologia moral, pela Universidade Urbaniana de Roma (1960).

Voltando para o Brasil no mesmo ano, fixou residência em Taubaté. Como sacerdote exerceu os seguintes cargos: professor de teologia moral e de Direito Canônico, no Instituto Teológico dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos); reitor do Convento (1965-1968); Conselheiro na Província (1966-1974); membro da Comissão de Revisão das constituições da mesma Congregação; delegado da Província Brasileira Meridional, no XVI Capítulo Geral (1973); Vigário Paroquial da recém-criada Paróquia Sagrado Coração de Jesus, diretor do curso de teologia para leigos e do curso de diaconato permanente.

Em 5 de junho de 1974, foi nomeado pelo Papa Paulo VI, Bispo Titular de Carini e Coadjutor da Diocese de Taubaté, com a função de ajudar o Bispo Diocesano em todo o governo da diocese e com direito à sucessão.

Dom Couto foi Sagrado Bispo em 18 de agosto de 1974 na Catedral de Taubaté. Em 4 de maio de 1976, aos 78 anos de idade, Dom Francisco Borja apresentou à Santa Sé seu pedido de renúncia, que foi aceito logo em seguida. Em 5 de maio de 1976, Dom José Antônio do Couto, como Bispo Coadjutor, assumiu a Diocese de Taubaté como o quarto Bispo Diocesano.

Episcopado

Como Bispo teve grande preocupação com a realidade pastoral da Diocese e nesse sentido, deu prosseguimento à estruturação e organização pastoral da Igreja de Taubaté apresentando as Diretrizes e Normas Diocesanas de Pastoral e as Diretrizes e Normas para Pastoral Catequética (1978). Durante seu pastoreio realizou as Assembléias Diocesanas da Pastoral da Juventude e elaborou o I e II Plano Anual de Pastoral da Juventude (1977-1978 e 1978-1979) e as Semanas das Famílias (1976 A 1978).

Mesmo após ter sofrido um derrame cerebral, Dom Couto batalhou ativamente para a ereção da Diocese de São José dos Campos através da nomeação da Comissão Preparatória da nova Diocese (1979) cujos trabalhos redundaram na criação da nova Diocese em 30 de janeiro de 1981, pelo Papa João Paulo II através da Carta Apostólica “Qui in Beati Petri”.

Em 28 de dezembro de 1979, foi acometido de um AVC hemorrágico do qual teve graves sequelas, que o levaram a encaminhar à Santa Sé seu pedido de renúncia à função de Bispo Diocesano. Em 7 de agosto de 1981, Dom Carmine Rocco, Núncio Apostólico, comunicou oficialmente a Dom Couto que seu pedido de renúncia havia sido aceito pelo Papa João Paulo II. Para sucedê-lo foi nomeado Dom Antônio Afonso de Miranda, até aquele momento Bispo de Campanha.

A partir de 3 de novembro de 1981, Dom Couto passou a residir no Conventinho dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, na Vila São Geraldo. Depois de 18 anos de enfermidade faleceu no dia 30 de julho de 1997 e foi sepultado no cemitério do Convento do Sagrado Coração de Jesus.

Seu episcopado foi marcado por grande solicitude pastoral, pela santidade no desempenho das funções episcopais, pela humildade e simplicidade.

Fonte: Diocese de Taubaté

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