segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A vocação matrimonial

 Frei Márcio, OFM
Com este artigo queremos lançar as redes de nossa mente e coração sobre as águas profundas da vocação matrimonial, para contemplar a família segundo o plano de Deus.
Na realidade em que vivemos sabemos que há famílias harmoniosas, que estão vivendo o amor a paz a partilha. Seus membros sentem-se felizes e comprometidos com o bem de todos. Porém também percebemos que não é pequeno o número de famílias desestruturadas em que seus membros apesar de conviverem juntos debaixo de um mesmo teto, parecem formar um simples pensionato, partilham momentos e atividades mas não partilham suas vidas, seus sonhos, suas necessidades interiores. Pessoas ligadas pelo sangue mas não pelo coração. Diante desses fatos perguntamos: Existe um plano de Deus para a família?
Sim! Existe um plano. Ao criar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus concedeu a eles o dom de constituírem uma unidade a ponto de se tornarem uma só carne, ou seja, realizarem-se como pessoas na dinâmica da doação recíproca. Para esta unidade Deus concedeu os meios e possibilidades através dos quais o casal participa da natureza de Deus criador. Eles geram a vida fruto do seu amor. Desta forma, nascem pessoas no aconchego do lar que se desenvolvem num clima de amor, acolhimento e doação.
Portanto a vocação matrimonial é o chamado que Deus faz ao homem e a mulher para constituírem uma comunhão geradora de vida. “A família é assim o celeiro das vocações que pelo sacramento do matrimônio, participa da missão educativa da Igreja, que é mestra e mãe. Denominada igreja doméstica a família oferece as condições favoráveis para o nascimento e o crescimento das vocações. As famílias têm a missão de educar seus filhos e filhas para uma autêntica vida cristã. Ao cultivarem os valores da fé a família abre espaços e tempos para que os filhos possam discernir o chamado de Deus. Na verdade uma autêntica família cristã, testemunha fiel no mundo e comprometida com os ministérios na comunidade, proporciona um confronto sadio entre os ideais e sonhos dos adolescentes e jovens com as propostas do Evangelho, as necessidades da Igreja e da humanidade.”
Os que desejam se casar precisam sentir-se chamados por Deus e perceberem se são capazes de responder com fidelidade e sinceridade este chamado. Para tanto, os noivos devem dialogar sobre as alegrias da união matrimonial, mas também sobre os compromissos que esta união exige. Deste modo vão estabelecer uma união duradoura e estável, fundada na liberdade e responsabilidade.
Àqueles que já vivem uma união matrimonial a resposta ao chamado de Deus é diária. É no dia a dia que se renova o sim do altar. É no diálogo familiar e na oração que encontram forças para viver os valores da família cristã. É bom que todos os membros da família se sintam chamados por Deus para realizarem seu plano, que isto não fique somente para a responsabilidade do Pai e da Mãe, ainda que eles são os que assumiram esta responsabilidade.

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